Daniel Campos

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09/04/2015 - O que brotará?

Dói pensar no que não mais há de ser vivido por nós. A bifurcação dos caminhos, optando-nos escolher entre a ilusão e os espinhos. Cubra-se com lençóis para não ver a tempestade perene ou se entregue à fervura deixando-se encher pelos molhos da vida como se fosse um penne. A paixão não tem cura nem explicação. Jura agora, ora pois, e depois chora por nós dois. É melhor ir embora enquanto é tempo ou ficar para ser devorado pelo sentimento? Eis a questão, a problemática que divide opinião. Se a vida fosse matemática uma mais um dava dois. Mas não há exatidão quando o regente é o coração, mocinho e vilão da nossa história. Depois do abismo será que vem a glória ou ficaremos imersos, submersos, controversos num espaço sem memória? Haverá para sempre uma semente proeminente de esperança ou a deusa da espera também cansa? Até onde vamos chegar ou chegarão com nós sendo assim tão iguais quão diferentes como uma prateleira de retrós? Por mais que doa é preciso desbrotar para crescer. As mulas do destino arrastam arados preparando a terra que mais cedo ou mais tarde nos engolirá. Resta saber o que resistirá e, o que sucumbirá e o que brotará disso tudo que fomos nós.


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