Daniel Campos

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27/01/2010 - O esquilo e a noz

Tem dia em que a gente vive e não viveu. É como se as horas passassem por nós sem desatar nossos nós. A noite chega e com ela uma sensação de que nada do que se queria foi feito. Quem já não se sentiu assim? E vem um desespero, um destempero, um vento mexendo nas folhas do coqueiro...

Em dias assim a nossa agenda biológica não combina com a mercadológica tampouco rima com a psicológica. E temos que cumprir tantas agendas que esquecemos de viver o dia como uma oferenda plena. Viver é mais do que um jogo de cena, do que uma única e solitária estrofe de poema...

Então, por que o dia tem de ser tão mecânico, tão subumano se amar é o contrário disso tudo. O dia não é a concretude da rotina, tampouco a ilusão de uma carreira de cocaína. O dia é uma página em branco que deve ser escrita como uma história bonita que deve contentar e excitar e reavivar quem leu e quem viveu tudo aquilo...

O dia deve ser como o esquilo e a noz que dia após dia fogem e se encontram se reinventando a sós.


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