09/12/2012 - O canto de Ellen Oléria
O canto de Ellen Oléria tem a cor do meu país. Uma cor feita de swing. Uma voz que dobra o aço do silêncio. Ellen, o samba de braço dado com o afoxé. Ellen, ativista de emoções. Ellen, malabarista das cordas do violão. Ellen, uma mulher, uma multidão. Oléria, um grito contra a miséria. Canta sem medo de represálias. Canta quebrando correntes. Canta chamando por liberdade. Ellen é a contracultura, a ruptura da rotina, o sentimento puro, extravasado, cantado, ofertado ao povo que pede bis. Ellen Oléria, embaixatriz do que nos faz feliz.
Ellen é a guerreira da melodia, da poesia, da fantasia que existem no dia a dia... Ellen do batuque, da batucada. Ellen de uma pegada na alma. Ellen profunda. Oléria inunda. Ellen extremamente entregue, dançável, harmônica. Oléria é a transpiração da consciência individual, coletiva, ancestral... Ellen tem uma originalidade natural. Oléria tem uma inquietude interior. O canto rebelde de Ellen Oléria tem um quê de doce, um quê de agressivo. Ellen Oléria é o gingado da matéria. Balança quem ouve, vidra quem vê.
As cores da ideologia e do discurso realista se misturam em Ellen Oléria. Sua apresentação é um voo com destino à ilusão, com escala na esperança. Ellen é forte, símbolo de uma nação. Ellen é o negro que transparece. Oléria estremece, contagia, arrepia. O canto de Ellen abraça forte. O canto de Oléria espanta a morte. Um canto moderno e maduro. Um canto que toca o que há de mais fundo no coração. Ellen Oléria é concebida junto com o público, forjada de aplauso em aplauso. Ellen Oléria é o Brasil que corre em nossas artérias.
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