19/03/2016 - Nosso castelo
É como se o nosso castelo, tão, mas tão belo, fosse de areia e o vento da separação insistisse em nos desabrigar de grão em grão, como galinha que nunca enche o papo, como ratoeira sempre à espreita da fraqueza do rato, como beleza do mato que dá de morrer no asfalto.
É como se o nosso castelo fosse de gelo e os raios de sol quisessem de propósito, pra mor do óbito do nosso amor, derreter o nosso mundo, colocar a perder nosso enlace vagabundo que vive um pro outro, apertado e solto, espalhado em ramas, colado num coito de almas e dramas.
É como se o nosso castelo, tão, mas tão belo, fosse de algodão como de nuvem, mas em nuvem nem o tempo bota ferrugem, então, vem as pragas, tudo o que estraga o algodão ainda no pé, vem o ciúme em forma de mulher, vem o perfume de um fim que, enfim, nunca tem fim.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.