Daniel Campos

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19/04/2013 - Nasceu o sol azul

O sol azul nasceu nos confins da existência consolidando as profecias dos livros sagrados. O exército dos sonhos afrodisíacos se levantou e marchou rumo aos raios desse sol azulado. A moça correu de biquíni para se banhar no sol azul. O jovem abriu a boca para beber todo o azul daquele sol. O velho inclinou a cabeça esperando a cura para todas as suas doenças. A mulher abriu os braços querendo abraçar aquele azul como se fosse Cristo Redentor. A criança não entendeu nada, mas achou bonito.

Os astrônomos não souberam explicar. As carolas falavam em milagre a deus. Os fanáticos tinham certeza de que era o sinal do fim dos tempos. E houve quem abandonou o trabalho para ficar flertando com o sol azul. Sol de loucura, de prazer, de contemplação. Os namorados se declaravam sob o sol turquesa, marinho, cobalto, safira... Vários sóis dentro de um mesmo sol em várias tonalidades de azul. O sol dos reis, gritavam uns. O sol dos amantes, sussurravam outros.

O sol azul se perdia no meio do céu azul. Os americanos e os russos iniciaram uma disputa para ver quem se aproximava primeiro do sol azul. As explosões solares azuis eram repetidas inúmeras vezes nos telejornais. As feministas diziam que o sol azul era coisa de uma cultura universal machista e já faziam campanha por um sol rosa. Perfumes, scarpins, carros ganhavam a marca sol azul. O sol azul virou capa de revista, inspiração para estilistas e tatuadores. E a lua, com ciúmes, se maquiou de azul.


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