Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
02/01/2011 - Mulheril

Foi de ilusão eu sei que meu destino desaguou no que sonhei. Tão logo previ, encontrei. Tão logo sorri, chorei. Tão logo morri, dancei. Dancei nos seus braços, tropeçando em meus passos. E o cansaço da noite escura foi me deitando em sua formosura. E entre fogos de artifício, pirilampos explodindo no céu, fiz do meu louco a sua loucura. Os carros batiam, os navios naufragavam, os aviões caiam com todo o magnetismo que houve entre meu corpo e seu corpo.

Suores e lágrimas de prazer e de torpor. Folclores de amor e de sofrer. Calor escorrendo pelas costas e frases de bendizer tecendo nos ouvidos. Foram gritos e bramidos. Sua pele se comunicando com a minha em fá sustenido. Namorada e namorado, esposa e marido, amantes. Mulher de papéis e rapéis. Mulher de cachoeiras e corredeiras. Mulher de ar e da falta de ar. Mulher de um vôo cego e da cruz que me prego. Mulher que desejo e medro num amor varonil. Mulher mulheril.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar