08/02/2010 - Mulher tropicália
Ah! Se seus olhos falassem a língua dos profetas anunciariam o sol que ninguém jamais viu raiar. Seus olhos são como rios que devido às águas correntes se mostram diferentes a cada novo olhar. Dos seus nervos ópticos ao seu corpo dos trópicos o tédio não existe, a rotina não insiste e o belo é tão belo que chega a ser triste.
Ah! Toma o meu peito porque ele é seu e do seu jeito me devora agora, boca e camafeu. Mulher serafim tem pena de mim deixando-me ser uma dessas seis asas que lhe fazem poema. Mostra-me suas garras, mata-me de amar e joga-me em cova rasa. Dona do paralelo mor e dos meridianos do ar me faça suar em seu suor.
Ah! Incendeia a cidade que me rodeia, clareia minha lua cheia, tonteia meus passos e me leve para suas teias de seda e aço. Mulher sua postura faz-me medrar de altura. Mulher que desafia os saltos mais altos e me coloca no arauto de sua saia. Flor de dália, mulher tropicália.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.