Daniel Campos

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27/01/2011 - Mulher jardim

Pare e olhe à rua, à mulher que passa levando consigo uma saia florida. Passa levando um jardim tatuado no corpo. O mundo enlouquece e louco anuncia uma primavera na qual padece a falta da flor. Muitos querem cheirá-la, apanhá-la, despetalá-la entre o romantismo e o casuísmo contido nos amores à primeira vista e nas paixões de florista.

Olhe lá vem descendo a mulher vestida com pétalas, sépalas, póles e folhas e Eva. Traz em suas pernas, ternas sementes de desejo e doçura. Flor do sexo, botão de beijo, cálice de perfume e cor. Como são macias as pernas da mulher à qual o catavento assovia mesmo sem vento.

Quanta beleza à mostra, quanta tristeza escondida por detrás daquela floração de verão. A mulher passa sozinha, rosa sem cravo, flor sem beija-flor, rainha sem escravo, amor sem amor. Quantos são os candidatos a lhe servir como jardineiros e quantos sonhos cultivas ainda sem canteiros?


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