Daniel Campos

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09/10/2010 - Mulher geopolítica

A mulher amada nasce entre a estação das flores e a estação do trem, numa das pétalas da rosa dos ventos da imaginação. Para alcançá-la é necessário passar por desertos, por campos de hortênsias e por terras desabitadas e cosmopolitas. A mulher amada é de uma natureza opressora. Chega a ser covarde tamanha sua opulência perante as outras criaturas. Há seiva por toda parte. Em poucos corpos é possível se deparar com harmonia tão evidente entre misticismo e ciência, cultura e vida selvagem.

Há casinhas coloridas pontilhando as encostas da mulher amada. Embora secreta e sigilosa em passos e pensamentos, a mulher amada se abdica de muros de concreto. E quando se ama todas as estradas levam à mulher amada, das mais secas as mais férteis, das mais previsíveis as mais tortuosas. A mulher amada parece uma maquete, mas é tão real quão o sonho que a sonha. Em torno dela um número incalculável de súditos reais ou imaginários a amam de diferentes formas e maneiras. Pudera, a mulher amada consegue caminhar entre o Ártico e a Terra do Fogo causando suores e calafrios inesperados.

A mulher amada é de uma geografia política, capaz de prometer e ouvir promessas estratégicas ou baratas com a mesma facilidade e beleza.


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