03/07/2011 - Mulher dos ventos
Apaixonante é a mulher dos ventos. Quem observa sua continentalidade, sua maritimidade, sua latitude, sua altitude e amplitude térmica, sabe do que estou falando. Sua natureza é propícia ao vento, basta ver sua linha do litoral delineando o horizonte mesclado. Ela é extremamente sensível a esse fenômeno. Pudera, é o vento em carne e osso. Não me espanta o fato dela ter como ascendente algum signo ligado ao ar, isto é, ao ar em movimento. Essa mulher é como um dínamo vivo, fazendo o vento bailar sobre si mesma.
Mulher de brisas e ventanias. Mulher das massas de ar e das diferenças de pressão atmosférica. Mulher de ventos quentes e frescos, fortes e breves, perfumados e bailarinos. Deve ser filha, amante, mãe, noiva de Eólo, divindade soberana dos ventos na mitologia grega. Com seu encanto, ela comanda as direções de Bóreas, Nótus, Eurus e Zéfiro, os titãs que representam os ventos. Deve ter parte com Iansã, a senhora dos vendavais. Mulher que move moinhos, que muda o tempo. É nas esquinas dessa mulher que o vento faz a curva.
Mulher que nos acha e nos faz perder em seus ventos. Por debaixo da pele, ao contrário de sangue, ar. Dentro da cabeça, uma rosa dos ventos. Ao vento, ela ganha impulso e direção. Mulher de beijos eólicos, tão convincentes tão limpos em matéria de energia. E paixão é o que senão energia concentrada e despendida? Mulher que traz sentimentos em si como partículas ao vento. Vento solar, lunar, estelar... Ciclone tropical, tornado visceral, furacão astral... Pé de vento que sopra o barco à vela da minha imaginação...
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