19/11/2012 - Morte ao tédio
Inverta os dias da semana. Vire o relógio de ponta cabeça. Troque o carro por uma asa delta. Como o jantar no café da manhã e o petisco do final de semana no almoço. Leia de trás pra frente. Fale o que nunca falou, faça o que nunca fez, sinta o que nunca sentiu. Seja capitão dos barcos de papel Lançados à enxurrada. Siga no sentido contrário do engarrafamento. Troque a cor, o sabor e a essência do sabonete, da pasta de dente, do perfume. Vista o que não é dado a vestir. E toda vez que pensar em chorar comece a sorrir.
Utilize outros métodos. Adquira novas filosofias. Aplique novos conceitos. Colecione novas manias. Quebre expectativas. Remodele esperanças. Redimensione o espaço a sua volta. Saia de guarda-chuva ao sol e sem roupa na chuva. Perca o juízo quantas vezes por necessário para botar mais tempero no seu dia a dia. Mude o começo, o meio e o fim das histórias que traz consigo. Vá ao encontro de novos autores, de novos palcos, de novas tramas. Chega de reprise. Troque a água pelo champanhe em seu desjejum. Vá mais fundo do que costuma ir.
Oxigene o amor a todo instante. Troque o gato por um cachorro. Abrace com as pernas ao invés dos braços. Mude os móveis de lugar. Veja o mundo por outra janela. Caia em outro ritmo. Coloque ou tire máscaras. Ao se deparar com o elevador, pegue as escadas. Leve o barulho aos seus confins mais silenciosos. Transforme as pedras do caminho em nuvens. Cale quando quiser gritar e vice-versa. Quando for lua minguante, cavalgue pela lua cheia.
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