13/02/2010 - Mascarados
Entre passadas para lá e cá, pelo baile de máscaras quero achar sua boca. Vamos tirar as fantasias e dar início a uma noite louca. Uma noite sem colombinas ou pierrôs ou arlequins. Uma noite sem desfile, sem escolas, sem jurados. Uma noite sem platéia, sem reis ou rainhas. Uma noite sem alegorias, baterias ou alegrias temporais. Uma noite sem blocos, sem fogos, sem carnavais. Uma noite ausente de cordões e foliões. Uma noite despida de qualquer açoite. Uma noite sem tamborins, sem querubins, sem fins premeditados. Uma noite sem traições, recuos ou repiques de saudades. Uma noite sem ruas e carros enfeitados.
Seremos apenas nós dois no salão nupcial. Só dois mascarados e o silêncio de um coração além carnaval. E vamos brincar do nosso jeito. E vamos nos lançar perfume. E vamos viver mais uma vez o nosso enredo. E vamos nos valer de nosso conjunto, de nossa harmonia. A nossa bandeira será um lençol, virgem e de cetim. Esqueça tudo lá fora, quem sorri e quem chora, o mundo é só de nós dois agora. Seremos apenas nós dois defendendo o nosso estandarte, a composição de um amor arte. Eu e você fazendo de nosso quarto duas cidades, uma alta outra baixa, morro e enseada. Eu e você, o samba e sua namorada.
Era uma vez uma noite em que dois mascarados tentam esconder seus rostos de apaixonados.
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