Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
30/11/2015 - Mangas da paz

As mangas caem como que oferecendo sua suculência às bocas famintas. E há mais naquela carne amarelada repleta de fiapos do que podemos enxergar a olho nu. Há paixão, desejo, conexão com a infância. Diante de uma manga madura perdemos a compostura, esquecemos a etiqueta, e rendemo-nos ao instinto de morder aquela pele macia. Os dentes fincando naquela carne quente. A língua passeando por aqueles sabores todos. Uma explosão não só na boca, mas no corpo todo. Eis o efeito de uma manga madura. Se no meio de uma guerra, entre as trincheiras, surgisse uma fileira de mangueiras, tenho certeza de que o combate teria fim ou, ao menos, uma pausa. Ninguém tacaria mangas, pois queremos as mangas para nós. Para o nosso deleite, para o nosso prazer, para o nosso desfrute. E depois de nos aventurarmos por tudo o que nos possibilita uma manga, suculenta e perfumada, a guerra perderia o sentido. Portanto, pelo encanto, plantemos mangueiras para colhermos a paz.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar