26/08/2010 - Mais uma declaração de amor
Eu amo e ponto final. Amo em noites frias e chuvosas. Amo em dias abertos de sol e em dias fechados para balanço. Amo sob um vendaval. Amo no olho do furacão, para além do olho de pandora, mergulhado no olho grego. Amo aos pés da cama, na imensidão do telhado, no jardim das flores que chamam seu nome no escuro. Amo na Champs-Élysées, na Avenida Atlântica, na Las Ramblas, na Oxford Street, na 5ª Avenida e numa estradinha de terra. Amo com doses caipiras e cosmopolitas, de forma litorânea e interior. Amo entregue e ao dispor da criatura que amo.
Amo em notas florais e musicais. Amo com os pés nas nuvens e com a cabeça no chão. No chão em que ela pisa meus altos e baixos com seus saltos. Amo sem limite ou leis de amor. Amo às cegas e às claras. Amo em público e em segredo. Amo de forma panorâmica e íntima. Amo perto e distante, amante convicto que sou. Amo entre garras e dentes, entre aços e asas. Amo pelos vitrais, pelos espelhos, pelos reflexos dos casais futuros e de tempos atrás. Amo vestido e nu, num amor casto e bandido.
Amo em palavras, em orações, em gestos, em orquestrações. Amo me encontrando, me perdendo e me reencontrando. Amo às voltas e sem rodeios. Amo sem medos ou receios. Amo em movimento, estático e calado. Amo em pinturas e livros. Amo no espaço, como um astronauta ama suas estrelas de cristal. Amo no fundo do mar, como um escafandrista ama suas estrelas de sal. Amo num quarto crescente, num parto ardente, num amor eloquente que nasce e renasce do ventre dos versos que semeio nos olhos dispersos da criatura amada.
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