Daniel Campos

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14/01/2016 - Indo de tudo quanto é jeito

Se eu for de caminhão, chegarei ao final do estradão. Se eu for de asa-delta vou até onde o vento quiser. Se eu for de nave espacial preciso, antes de tudo, aprender a língua dos extraterrestres. Se eu for a pé posso me perder em alguma mulher. Se eu for de balão não será mais inédito dar a volta ao mundo. Se eu for de submarino posso encontrar cidades perdidas, galeões assombrados e criaturas desconhecidas. Se eu for de cipó pode ser que eu chegue só à metade do caminho. Se eu for de ponto em pesponto que coração servirá de linho? Se eu for de espinho em espinho chagarei perto da rosa a ponto de eu pular e desfolhar seu cálice perfeito. Se eu for de jegue para tudo dá-se um jeito. Se eu for cortando caminho perderei o melhor, com certeza. Se eu for de trem eu alcançarei a realeza. Se eu for de bicicleta eu pedalarei sozinho. Se eu for de barco eu me darei à correnteza. Se eu for nos olhos das mulher amada verei o que quero e o que não quero. Se eu for pela boca da mulher desejada eu, na primeira oportunidade, me jogarei ao coração. Se eu for pela saudade aí andarei em círculos e não há de prestar mais não.


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