Daniel Campos

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27/08/2011 - Indigno

Eu não sou digno de cruzar a sua porta e entrar em sua morada. Eu não sou digno de tomar do seu cálice, de repartir o seu pão. Eu não sou digno de dormir em sua cama, de escutar que me ama. Eu não sou digno de vestir suas roupas, de usar seu perfume, de me banhar em sua água. Eu não sou digno de questionar suas palavras, seus feitos.

É indigno quem desobedece as suas ordens. É indigno quem contraria seus planos. É indigno quem duvida de suas promessas. É indigno quem fala e quem cala na hora errada. É indigno quem pensa de forma diferente. É indigno quem sonha outros sonhos senão os sonhos seus. É indigno quem nega se culpar pela culpa por ti atribuída.

Eu não sou digno de pagar suas contas. Eu não sou digno de dividir a sua fala. Eu não sou digno de entrar em seu livro. Eu não sou digno de ouvir a sua conversa. Eu não sou digno de me sentar a sua mesa. Eu não sou digno de cantar a sua canção preferida. Eu não sou digno de beber a sua morte nem de fumar o seu nascimento.


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