25/01/2016 - Fugindo do ancoradouro
Outro navio chegou, aportou no porto das seis, e ela não chegou, não chegou outra vez. Ela ainda baila pelas águas e se a maré descer pode ser que ela chegue quando as mágoas baixarem. Pode ou não acreditarem, mas ela virá. Por enquanto não veio, mas o mar ainda está cheio e pode ser que será que quando menos se esperar ela estará entre nós fazendo pós em apaixonamento. Encantará de cabelos ao vento, de peito aberto e sorriso incerto. Aportará com olhos de maresia, viagens e paisagens a contar, e uma alegria difícil de disfarçar. Só que depois de tanto tempo pelas ondas, balançado para lá e para cá, descobrindo novos mundos e que o oceano não tem fundo, ela nunca mais se prenderá. Será como brisa que bate e alisa, que chega e desliza para longe. Terá tanto a dizer e ao mesmo tempo um silêncio de monge. Sinto esclarecer, mas quem chegar como âncora, ela despistará e no primeiro sopro suas velas há de inflar e tocar para o mar.
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