26/03/2010 - Frutas, flores ou cera
Bodas de frutas, flores ou cera. Quatro anos degustando os sabores de sua carne e alma frutificadas. Quatro anos perfumando-me na aquarela de suas flores mil. Quatro anos amando-te com a mesma fé que escorre da cera de uma vela em chama aos pés do altar. Quatro anos de muito gosto, cor e fogo. Quatro anos de muito apetite, delicadeza e luz. Quatro anos de muito amadurecimento, plantio e crença. Crença no improvável, no impossível, no interior das coisas.
Foram poéticas tão caudalosas como manga rosa. Foram beijos de flores carnívoras. Foram romantismos se desenvolvendo a luz de velas. Foram momentos doces como a última jabuticaba de uma árvore negra. Foram instantes de plena primavera. Foram noites vivendo o prazer face à penumbra de dois corpos e mil anjos. Foram romances de estação, afrodisíacos e, quiçá, importados. Foram saudades sempre-vivas. Foram mel, zangões, rainhas e cera.
Quatro anos intensamente vividos nos pomares, nos canteiros, nas colméias ou castiçais que humana e divinamente nos compõem como dois apaixonados de nós mesmos e de tudo o que nos volve e envolve. Nosso amor adocicado e, ao mesmo tempo, adstringente fica na boca como o beijo forte e tardio, porém eterno de um cajueiro. Florescemos tantas vezes por entre as pedras de nosso caminho drummondiano. E queimamos como sentimentos de cera.
Quatro anos depois, resta-me agradecer a ti, mulher amada, por todas as frutas, por todas as flores e por toda cera derramada em nome deste amor que não cessa em bodas.
Comentários
Obrigado,amor por todo carinho a mim dispensado TE AMO
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