21/06/2012 - Flecha de Oxóssi
Sou flecha disparada pelo arco de Oxóssi. Sou flecha cabocla. Sou flecha flechando destinos e corações. Sou flecha correndo pelos ventos de Iansã. Sou flecha atravessando as águas doces de Oxum. Sou flecha verde floresta. Sou flecha azul céu. Sou flecha que arde no fogo de Xangô. Sou flecha forjada na guerra de Ogum. Sou flecha à procura da caça. Sou flecha da fartura e da riqueza. Sou flecha voando entre árvores e espíritos ancestrais. Sou flecha da mata fechada. Sou flecha do rei de Kétu. Sou flecha do dono da Terra.
Sou flecha de Oxóssi, parte integrante de seu corpo. Sou flecha da luta pela sobrevivência. Sou flecha que atravessa as chuvas de Nanã. Sou flecha que rompe o arco-íris de Oxumaré. Sou flecha social, mágica, religiosa. Sou flecha disparada para não errar. Sou flecha que respeita os panos brancos de Oxalá. Sou flecha que compreende o Tempo de Iroko. Sou flecha rumo à evolução. Sou flecha que fala a língua das árvores e dos animais. Sou flecha que dança. Sou flecha avessa à morte, que não teme Omolu. Sou flecha mensageira, carregando recados de Exu.
Sou flecha de madeira de jaqueira. Sou flecha descendente de Apaoká, lado bom de Iyá-Mi. Sou flecha viva e intensa. Sou flecha rebelde. Sou flecha de Oxóssi, cavaleiro, guerreiro, feiticeiro. Sou flecha salgada pelo mar de Iemanjá. Sou flecha que passa pelas pragas e doenças de Obaluaiyê. Sou flecha do pão de cada dia. Sou flecha em busca do conhecimento puro. Sou flecha da austeridade e do despojamento. Sou flecha da quinta-feira disparada ao som do tambor que marca o ponto de Oxóssi.
Òké Aro!!! Arolé! Sou flecha de Oxossi, Axé!
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