Daniel Campos

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13/03/2012 - Fale-me

Fale-me. Fale-me de suas esperanças, de suas danças, de suas crianças. Fale-me dos piratas e dos astronautas. Fale-me das suas manias e da sua anatomia. Fale-me das suas emoções, das suas proposições, das suas divagações. Fale-me dos seus roteiros, dos seus paradeiros, dos seus cruzeiros. Fale-me do que passa agora pela sua cabeça, da sua sentença, do que a faz propensa. Fale-me dos seus medos, dos seus segredos, dos seus passaredos.

Fale-me. Fale-me do seu céu, do seu papel, da sua torre de babel. Fale-me das suas dificuldades, das suas saudades, das suas calamidades. Fale-me das suas bebidas, das suas partidas e das suas faces proibidas. Fale-me dos seus desertos e do que a deixa por perto. Fala-me das suas encruzilhadas e das suas ciladas. Fale-me dos seus projetos, dos seus prediletos, dos seus fetos. Fale-me dos seus carnavais e dos seus temporais.

Fale-me. Fale-me dos seus espetáculos e dos seus tentáculos. Fale-me das suas rosas e das suas prosas. Fale-me dos seus amores, dos seus redentores, dos seus exploradores. Fale-me dos seus quereres, dos seus afazeres, dos seus prazeres. Fale-me das suas nuvens e ferrugens. Fale-me das suas nascentes e dos seus poentes. Fale-me dos seus destinos e dos seus eus mais femininos. Fale-me. Fale-me. Cale-me.


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