04/02/2014 - Eu pela estrada
Por onde caminho eu encontro pedaços de mim que eu lancei ao vento quando menino. São expectativas. São promessas. São acordos e até pactos de querer bem. São desejos de criança se vendo adulta. São ilusões puras. São inocências sem maldade. São sorrisos virgens. São olhares tímidos. São palavras de esperança, sim, eu sempre fui dado a essas nuances. São temporalizações que fogem às regras.
Por onde caminho eu encontro faces da minha face, que daria um quebra-cabeça tão lúdico quanto a minha cabeça. São tramas atrevidas. São sonhos de quem não conhece a divisão entre o bem e o mal. São vontades de longo prazo, reencontradas agora e me cobrando satisfação. São projeções de toda uma vida. São corações de ninar lançados de estilingue para vencer as barreiras do espaço.
Por onde caminho eu encontro os desenhos tracejados do que eu via para mim (do que eu via em mim). São esperas de felicidade. São planos infantis muito sérios. São registros do que eu queria ser. São imaginações tão reais. São pertos distantes. São mundos que se realizaram ou não. São ideias a serem lembradas. São meninices a serem consideradas. São partes que partiram e ainda me partem.
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