09/04/2008 - Estafa
Quando uma força nos empurra para baixo. Quando tudo parece dar errado. Quando estamos para além de qualquer limite suportável. É hora de fechar os olhos, abrir nossas asas e voar rumo ao infinito. Só que para alcançar os alto-céus é necessário nos depreender de tudo. Desamarra todos os laços. Quebra todas as correntes. Liberta-se de todas as algemas.
Para ganhar altura, precisamos tirar todo o peso desnecessário de nosso corpo. Joga fora todos os problemas, angústias, desilusões. Ah! Como essas coisas pesam. Temos de estar nus - completamente nus - com nossos sentimentos. Nada pode interferir, atrapalhar ou sequer ameaçar o nosso vôo. E que esse vôo não tenha planos, bússolas, destinos. Que seja um vôo livre, solto, improvisado. Sobre todos e, sobretudo, que seja um vôo apaixonado.
O amanhã não importa. O ontem já passou. E o hoje é só um vento que sopra ao nosso favor. Basta querer. Olha lá, os balões. Olha lá, os pássaros. Olha lá, os aviões. Tão perto, tão perto de chegar. Que as preocupações e outras maldições do cotidiano exaustivo corrosivo nocivo ao nosso coração alado sejam exorcizadas no primeiro bater de asas.
Eu posso voar. Eu posso voar. Eu posso voar. Eu posso me desvencilhar desse mundo tão pequeno que nos cerca, aprisiona e tortura. Basta querer! E eu quero. E eu quero. E eu quero voar e me esquecer dessas coisas que me empurram para baixo. E eu quero voar sem me importar se tudo parece dar errado. E eu quero voar e ultrapassar todos os limites suportáveis ou não.
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