16/05/2012 - Encubadora de romances
Estou em falta. Em falta com meus romances. Há livros e livros de várias nuances se abarrotando dentro de mim. Virei uma estante ambulante. Personagens amarrotados, lutando para não serem esquecidos. Não há morte mais cruel para uma história do que o esquecimento. São diálogos intermináveis esperando sua chance de ganharem o papel. Sentimentos de nanquim. Fantasias se procriando. Protagonistas e coadjuvantes no mesmo camarim, misturando traços de personalidade e bebendo do mesmo copo da inspiração.
Vilões e mocinhas se beijando e se estapeando, se amando e se traindo. O fim da história se desvendando antes do começo. Sonhos codificados. Eu, uma encubadora de palavras. Descrições e discrições se fundindo, se confundindo. Overdose de ilusão. Escritas ecoando pela minha cabeça, tatuando-me por dentro. O sentido da narrativa se perdendo em minhas lacunas. Meus escritos sendo reescritos num ciclo continuo. A poesia sendo expremida nos meus moinhos internos e vazando à pele em forma de perfume.
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