17/06/2008 - Ela voltou a nos assombrar
As histórias de lobisomem e mula-sem-cabeça parecem ingênuas se colocadas frente a frente com outra assombração, que parecia adormecida nos últimos anos: a inflação. Eis que como a encenação cinematográfica dos morto-vivos, ela retorna só pelo prazer de nos assombrar. E quanto mais nós temos medo, mais ela cresce. Em uma pesquisa recente feita pelo IBGE, sete em cada dez produtos estão bem mais caros.
Vou adaptar um ditado popular para dizer que depois da bonança, sempre vem a tempestade. E prepare os guarda-chuvas, posto que os economistas já tremem diante das supostas metas inflacionárias. Já há quem ande escutando o barulhinho das máquinas de remarcar preço trabalhando a todo vapor. Pudera, a inflação já está acima das previsões mais pessimistas dos economistas. E, diante desse medo, o Banco Central aumenta os juros.
Não sei o que é pior. A volta da inflação ou a insistência na política de combatê-la com a alta dos juros. Não há forma pior de barrar o desenvolvimento do que essa. O país, mais uma vez, pisa no freio. Luís Inácio, tentando encarnar aquele Lulinha paz e amor, pede calma. Mas não convence. Afinal, ninguém mais acredita que estamos vivendo em um paraíso tropical, sem terremoto ou furacão. Se o mosquito da dengue, que é minúsculo, já faz um estrago por aqui, calcule uma inflação que solta fogo pelas ventas.
Ao contrário das tormentas anteriores, a que se anuncia promete ser mais grave. Será necessário o Brasil mostrar o valor de sua política econômica, posto que o mundo enfrenta uma crise sem tamanho no preço dos alimentos. Se nada for feito, nossa embarcação, que já navega meio furada, pode ser engolida por essa fera que acorda de mau-humor. Nós estamos prestes a testemunhar um duelo de risco: Sir. Lula, com todos seus poderes ilusionistas, e o monstro da inflação, que é mais real do que aparenta? Ó dia, ó céus...
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