14/01/2015 - Ebulição
Minha casa não tem telhado. Minha boca tem sol e lua no mesmo céu. Meus braços não formam laços. Meu chão não tem fundo. Minha saudade está à frente de mim. Tenho medo da minha falta de medo. Meus ouvidos escutam as pedras, as árvores, as nuvens... Meu coração não tem cantos e meus amores são agudos e obtusos ao mesmo instante. Eu sou ave de silêncio, cantante apenas no que escrevo. Não me dobro, mas me cobro intensa e incessantemente por tudo o que sou, o que fui e o que quero ser. Sou ebulição mesmo nas horas em que sereno. Nada do que se passa ao meu redor deixa de me afetar, me influenciar, me tomar de uma forma ou de outra. Sou onda ora a caminho do continente ora em direção ao mar aberto.
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