20/05/2015 - É tudo silêncio
Tudo tão quieto, tão quieto, tão quieto de se ver... O mar virou deserto pra nem as ondas barulhar... Onde esse silêncio todo vai dar? Quem é que vai querer, querer falar? Não se pode nem beijar se for pro beijo estalar... Como é que vai ficar essa mudeza toda? Nem as notas do café caem mais sobre a mesa... A beleza não grita e a tristeza não chora de soluçar... Ninguém arrasta sandália, mãe com criança não ralha, do céu sumiram as gralhas... E agora, e agora, e agora? Carro na rua já não passa, baderneiro não faz arruaça, urubu não sai rindo depois de achar uma carcaça... Cachorro não late, lavadeira não bate, moleque não dá combate... Não há música alguma a solta. Ninguém ameaça o senhor silêncio que governa as bocas com suas mordaças roucas...
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.