17/03/2008 - É preciso ouvir a Terra
É preciso ouvir a Terra. Mais do que assinar uma obra de arte, Deus nos ofereceu pedaços de si ao longo dos sete dias de criação. Em cada centímetro quadrado de planeta há um pouco da energia, do mistério, da beleza, do poder, da inspiração do Todo-Poderoso. No entanto, o pecado maior que cometemos ao longo de séculos (e que culminou neste cenário desesperador que vemos da nossa janela) é o de termos nos tornado surdos. Erroneamente, fechamos nossos ouvidos a ponto de ignorar o que diz a Terra.
No princípio, havia o vazio, o caos e a possibilidade de vida. Depois, sob a vontade de Deus, brotaram pássaros e leões, orquídeas e girassóis, homens e mulheres, lutas e conquistas. Os antigos a admiravam e a adoravam como uma divindade. Os nativos cuidavam dela como extensão de seus corpos. Não exigiam mais do que iam consumir e nem tentavam deturpar o natural. A cobiça fez com que fossem descobertos novos continentes. O egoísmo cercou e dividiu o mundo de maneira injusta. A obra divina foi esquartejada e privatizada. Com a ditadura do lucro, o planeta foi escravizado, amordaçado e explorado.
Hoje, essa vida imensa e complexa chamada Terra não é mais vista como um ser-vivo. Aliás, tornou-se um ser em extinção. Pare e escute. Abra os ouvidos. São tantas suplicas, são tantos murmúrios, são tantos gemidos, são tantos urros, são tantos gritos por socorro. Depois de tanto sofrer calada, a Terra explode em dor e choro. E junto com a maior de suas obras, Deus grita por socorro. Afinal, tudo está caminhando para um vale de sombras. Nesta semana, em especial, o vento ganha vozes ainda mais tristes. Escute!
Eis que estamos todos surdos e o futuro do mundo está em nossas mãos. É momento de nos conscientizarmos e assumirmos nossa responsabilidade. Deus e a Terra só serão salvos por um emaranhado de pequenas ações. Pequenos milagres vindos de cada um de nós, filhos e filhas de um sonho maior que está sendo destruído. Abra os ouvidos e escute a Terra. Em seguida, abra os olhos e veja no que se transformaram as sementes de uma civilização de amor e de paz.
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