Daniel Campos

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03/03/2012 - É Eliana Calmon

Quem é aquela mulher de palavras tão afiadas quão o machado de Xangô? Quem é aquela mulher forjada no fogo e no vento dos orixás? Quem é aquela mulher que mais parece uma Santa Bárbara de toga? Quem é aquela mulher temporal de sentimento? Quem é aquela mulher, guerreira por natureza, que não se desvia um milímetro sequer de suas ideias e de seus ideais? Quem é aquela mulher que casa as buscas por sabedoria e justiça de forma tão perfeita?

Quem é aquela mulher que seduz pela força de suas palavras, pela intensidade de seus atos, pela paixão que exterioriza em suas batalhas? Quem é aquela mulher que não se esconde por detrás de um título ou de um cargo? Quem é aquela mulher que abraça os rituais processuais e místicos? Quem é a mulher que transcende aos reinados de Oyó? Quem é aquela mulher que quebra as demandas judiciais e destranca o caminho da esperança? Quem é aquela mulher múltipla?

Quem é aquela mulher que mesmo nos palácios se torna popular? Quem é aquela mulher que surge como um trovão no céu de brigadeiro do status quo? Quem é aquela mulher que é senhora da justiça? Quem é aquela mulher que tem uma baianidade de dar orgulho? Quem é aquela mulher que lida com tempestades com total naturalidade? Quem é aquela mulher autêntica, que brandi sua espada contra o mal como na literatura? Quem é aquela mulher que não foge ao desafio de ser mulher?

Quem é aquela mulher dona dos movimentos do mundo e da alma? Quem é aquela mulher que serve de guia, indicando caminhos e destinos? Quem é aquela mulher desinibida e corajosa no direito de inovar? Quem é aquela mulher que não dispensa perfumes e colares? Quem é aquela mulher temida e respeitada? Quem é aquela mulher justa e justiceira? Quem é aquela mulher que mergulha nos estudos e nunca se dá por satisfeita? Quem é aquela mulher que conquista mesmo quando quer se doar?

Quem é aquela mulher que parece não ser real, não ser de carne, não ser de verdade? Quem é aquela mulher fonte de energia transformadora? Quem é aquela mulher que pratica receitas constitucionais e gastronômicas com o mesmo jogo de cintura? Quem é aquela mulher exemplo de solidariedade, elegância, fortaleza e dignidade? Quem é aquela mulher que é o desejo de um mundo melhor incontido em toda e qualquer criatura? Quem é aquela mulher cuja ventania faz tudo balançar.

Quem é aquela mulher que tem a regência de Iansã? Quem é aquela mulher ousada e profunda? Quem é aquela mulher que é a justiça propriamente dita? Quem é aquela mulher sem medo das consequências? Quem é aquela mulher que revoluciona o motocontínuo? Quem é aquela mulher que atua diretamente na transformação dos seres? Quem é aquela mulher que é a personificação da independência?

Quem é aquela mulher...? É Eliana. É Calmon. É Iansã. É Xangô. Quem é aquela mulher...? Eparrei! Eliana. Kawó Kabiesilé!! Calmon.

Observação do autor: Homenagem à Corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon


Comentários

05/03/2012, por Marco Antônio:

Sem dúvida alguma um belo texto. Um perfil coerente com aquela que tem feito tanto pela nossa justiça.


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