Daniel Campos

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16/04/2012 - Dona Pomba-Gira

Dona Pomba Gira me convidou para rodar na barra da sua saia, laiá. Com as bênçãos de Oyá, me põe para girar pra lá e pra cá, sem parar, sem parar, sem parar de rodar, laiálaiá.

Dona Pomba Gira vira feito pião, roda virando pelo céu, pelo chão. Cheirando a álcool e cigarro, roda no barro do terreiro baixando as cartas do baralho indicando atalhos no destino.

Dona Pomba Gira me chamou para rodar nos seus rodados. A roda da dona Pomba Gira é roda cantada, ponteada, bordada e marcada por fitas avermelhadas.

Dona Pomba Gira nos pira de paixão, inspira nosso caminho e nossa canção. Sua roda é a roda da lira de quem faz amarração. Amarra, oi amarra, dona Pomba Gira um certo coração.

Dona Pomba Gira roda lá e cá, vem rodando daqui, vai rodando acolá, laiá. Formosa, Dona Pomba Gira vai rodando e ganhando perfume, joias e rosas no seu gingar, laiálaiá.

Dona Pomba Gira é de balançar, de enfeitiçar, de se entregar à batida do atabaque. Quando Dona Pomba Gira roda, o vento assovia, coração arrepia e gato late.


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