Daniel Campos

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30/01/2012 - Doce mar

Entre as peculiaridades divinas é válido ressaltar a doçura do mar salgado. Poucas coisas são tão doces quão o mar. Aquele sal em movimento constante comendo a areia, perfumando o vento, curando as feridas do corpo e da alma. O mar faz a alegria da criançada como uma panela cheia de brigadeiro. O mar, como se feito de mel, traz inúmeros benefícios à beleza. O mar e as pessoas numa relação de açúcar e formiga.

O mar é um verdadeiro banquete. De uma forma ou de outra, todos desfrutam dessa enorme e constante ceia a céu aberto. O mar abre o apetite e, ao mesmo tempo, sacia todas as nossas fomes. O mar quebra nos olhos como quebra queixo. O mar gruda em nossa pele como calda de caramelo. As conchas são como confeitos de açúcar. As espumas das ondas são chantilly. No mar, o sal tem uma doçura poética.

O que há no fundo do mar? Talvez um moinho de cana-de-açúcar ou uma usina de beterraba se misturando com as lágrimas das mulheres de Portugal que, desde as Grandes Navegações, choram cada vez menos por seus maridos... No fundo do mar existem cidades de sal, com reis e princesas de salmoura. Ah! No fundo do mar, como todo cavalheiro diante de uma dama, o sal se rende ao açúcar.


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