05/12/2009 - Doce amor
Amor, doce amor, coloca em mim suas asas e me leva a um vôo cego pelos confins do infinito amar. De colherada em colherada, alimenta-me dessa canção que mistura prazer e sofreguidão. Mas uma sofreguidão bem quista pelos meus apelos. Deixa-me respirar seu ar, sonhar e me afogar em seus cabelos. Quero invadir seus espelhos, tatuar em mim seu escaravelho e morder, feito cão vira-lata, seus tornozelos.
Amor, doce amor, lava meu eu de toda insegurança, ensina-me a ser, mais uma vez, criança tão ingênua quão pura de amar. Leva para longe todos os fantasmas que gostam de assombrar aqueles que acreditam no gostar. Não permita que o passado se apodere do presente, que toda construção desabe num de repente, que o fruto negue a semente, tampouco que a solidão se agigante numa última tentativa de não morrer.
Amor, doce amor, escreva seu nome nas linhas da minha mão e tira sangue de minhas palavras para endossar um pacto cigano, sobre-humano de amar. Deixa-me habitar as contas de seu colar, beijar-lhe o calcanhar, navegar no mar que lhe oceana. Ò mulher, deixa de lado essa face tirana e faça-se açucarada, sujeita ao amor dos pássaros e às passaradas de amar. Lambuza seus confeitos às minhas fantasias, lambuza poesias à fúria cortês e deixa eu me vestir da sua nudez.
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