10/09/2014 - Do ar
Sou do ar. Sou feito do vento que agita as folhas das árvores, ainda verdes em copas frondosas ou secas já em decomposição junto à terra que a tudo devora. Sou o ar que sustenta as asas dos que sonham em viver para além do chão. Meu signo é do ar. Meu coração está oco como os ossos dos pássaros, cheio de ar. Sou sopro. Sou o vento que flameja bandeiras, que move veleiros, que preocupa as mulheres de saia. Sou o ar que alimenta a chama da vela acesa aos deuses e demônios e que ainda explode em labaredas dando altura ao balão. Sou ar em movimento. Sou vento verde levando beijos frescos às bocas amadas. Sou o último suspiro de vida ou de esperança. Sou do ar como os anjos e os mosquitos. Adorem-me ou me matem, continuarei ar.
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