Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
18/01/2015 - Diversa e adversa

Ela se olha no espelho como que buscando encontrar a mistura entre menina e mulher que dá o tom de seus conflitos internos. Naqueles olhos espelhados, o paraíso e o inferno, não há espaço para purgatório, pois ela está sempre entre dois extremos. Não tem como acalmá-la, domá-la, dominá-la, pois ao mesmo tempo em que é soberana ao atacar é tão frágil a ponto de desarmar os mais hábeis e tinhosos. No confronto do espelho, tenta juntar a princesa com a plebeia, a sonhadora e a operária, a guerreira e a bailarina. O fogo e o gelo constantemente se chocam produzindo as reações mais diversas e adversas. Ela se junta e se desmancha em frequência, numa opulência de cristal. Açúcar e sal na mesma lâmina que oscila entre o reflexo e o nexo. Assim é aquela menina que se espelha mulher no espelho que se faz menina.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar