05/11/2010 - Dia e noite, noite e dia
Dia e noite nada do que ele faz está excelente, ótimo, bom, tampouco satisfatório. Ele se esforça e, se dedica e se triplica, mas as críticas são uma constância em sua vida. E ele sabe que assim será até sua despedida. No entanto, não desiste, de ter esperança que um dia as coisas mudem. Mesmo que esse dia pareça tão distante, ele continua tentando buscar um sorriso, um aplauso, uma palavra de carinho para, ao menos, se iludir um pouco mais seguindo adiante.
Noite e dia ele caminha por entre olhares de condenação e reclamos. Como ele queria que fosse diferente. Não foi essa novela que ele sonhou para seus dias. Pelo amor de Eros, o que foi que deu errado? Silêncio. O fato é que as bocas se abrem e declaram-no culpado. Culpado por tudo e por todos. Como seria bom se acabassem logo com esse sofrimento e o pendurassem numa cruz, numa forca, numa estrela cadente.
Dia e noite ele sofre de um sentimento misterioso e incompreendido chamado amor. Para a outra parte ele está sempre em falta, mesmo quando perto. E essa descrença o maltrata de tal forma que o faz chorar por dentro, com objetivo de não ser taxado de dramático, lunático ou monotemático pela criatura amada. Ele anda cada dia mais ferido, cada noite mais dorido de sua existência. No entanto, sua persistência o leva à frente de uma paixão eternamente penitente, nascida para pedir perdão.
Pardon, mon amour
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