Daniel Campos

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21/10/2013 - Dia desazulado

O dia amanheceu menos azul. Um dia mais cinza, mais desbotado, mais triste. Um dia descorado. O azul vivo, que brincava em seus tantos tons e semitons, não apareceu. Um dia surgido como uma caixa de lápis de cores sem os azuis. Falta azulidade. O azul não pulsa mais. O azul não canta mais. O azul não vira mais de ponta cabeça. O azul não escorrega, equilibra ou salta mais pelo seu céu particular.

Ao contrário do que muitos diziam, o azul tinha coração. Um coração de asas inquietas. Um azul que gostava de voar, de ralhar, de dançar desafiando a gravidade. E agora, por onde anda o azul? Podem procurar pelos cantos e contracantos do dia empalidecido. O azul bebê, o azul feminino, o azul pássaro e outros tantos azuis se perderam de uma só vez, deixando tudo e todos num silêncio desazulado.


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