02/11/2009 - Dia de vivos e mortos
Que todas as almas possam ser amadas ou, quiçá, lembradas. Que os mortos possam usar as lágrimas que recebem hoje para manterem vivas, por alguns dias a mais, as flores que recebem dos vivos. Que os finados recebem, ao menos, uma oração para não se sentirem sozinhos ou desprezados. E que essas orações sejam capazes de acalmar o coração dos espíritos aflitos que ainda não se acostumaram com a morte. Que hoje seja um dia de paz no reino dos vivos e dos mortos. Um dia onde haja espaço para tristeza do choro e da saudade, mas também para a das boas recordações.
Que velas sejam acesas para iluminar o caminho daqueles que ainda não sabem por onde caminhar. Que velas queimem uma parte das faltas, das mágoas, dos remorsos que existem entre os que foram e os que ficaram. Que vivos e mortos se consolem no dia de hoje não havendo motivo para perturbações ou retrocessos. Que haja, pelos menos, um minuto de silêncio em respeito aqueles que já passaram por aqui. Que os vivos não se apeguem aos túmulos e sim às coisas da alma. E que hoje seja um dia de muitos sentimentos, mas um dia de calma.
Que vivos e mortos se visitem cordialmente no dia de hoje, seja por meio de orações, de pensamentos ou de portais que a ciência desconhece. Que haja uma série de missas e bênçãos para louvar aqueles que um dia tiveram carnes e ossos. Que seja um dia de reencontros, arrependimentos e perdões. Que as terras dos cemitérios sejam mais leves do que de costume. Que sol, chuva e vento tragam mensagens, sinais. Que vivos e mortos possam entender seus papéis. Que todas as almas possam ser amadas ou, quiçá, lembradas.
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