16/05/2011 - Dia de Savitu-Vrta
Num tempo distante, uma jovem chamada Sarasvati foi fecundada pelo deus Brahma, o criador do mundo. A fecundação durou um século. De seu ventre nasceram a poesia e a música. Por esse feito ela é considerada uma das oito mães divinas. Hoje, dia de Savitu-Vrta, dedicado à celebração da deusa das artes, mais do que fazer rituais com sons, ritmos, flores, luzes, incensos e oferendas, é dia de tirar a poeira dos livros, de dar prosseguimento às pendências artísticas, de ler um poema, de ouvir uma canção, de encenar um ato, de criar e recriar em honra à Sarasvati.
Ela que é o poder e a esposa de Brahma, corre pelas veias dos artistas como um rio de lirismo, emoção e conhecimento. Com dois, quatro ou seis braços, não importa, ela, que tem a pele branca como o leite, abraça aqueles que se dedicam à arte de expressar sentimentos por meio da arte. Poetas, escritores, bailarinas, cantores, músicos, atrizes, artesãos, pintoras, hoje, festejam a deusa hindu da sabedoria, das artes e da música. Bebamos linhas e versos, cânticos e monólogos, aquarelas e passos de dança como se estivemos bebendo soma, a bebida sagrada descoberta pela deusa hindu.
Sarasvati tem a pele branca como o leite, toca flauta, usa uma lua crescente em sua fronte, cavalga um cisne e senta-se numa flor de lótus. É a busca pela mulher ideal, pelo amor supremo, pela perfeição. É a força por trás de todos os fenômenos. Traz em suas mãos, um broto de lótus, um rosário, um livro, um sino, uma concha, uma seta e uma vara de cana de açúcar, representa o renascimento, a liberdade, a purificação, a doçura, a direção, o mistério, a beleza, o saber, a espiritualidade. Hoje é dia de Sarasvati. Dia de nascer, morrer e renascer enquanto arte.
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