27/02/2012 - Detesto segunda-feira
Eu detesto a segunda-feira. Detesto o cheiro, a luz, o ambiente, a conversa, o sorriso amarelo de uma segunda-feira. Detesto o comportamento e o sentimento contidos numa segunda-feira. Eu detesto a falta de gosto e o desgosto e o mau-gosto de uma segunda-feira. Eu detesto o artificialismo, o cinismo e o entreguismo que reinam numa segunda-feira. Eu detesto os indicadores e os atores da segunda-feira. Eu detesto a preguiça que é associada à segunda-feira. Eu detesto o politicamente incorreto de uma segunda-feira.
Eu detesto a uniformidade da segunda-feira. Eu detesto a opulência da segunda-feira. Eu detesto o preço, tanto o valor real quanto o superfaturado, de uma segunda-feira. Eu detesto as causas e as consequências de uma segunda-feira. Eu detesto as brincadeiras sem graça que insistem em acontecer na segunda-feira. Eu detesto a sensação de continuísmo de uma segunda-feira. Eu detesto o som e a cor da segunda-feira. Eu detesto o lugar comum de uma segunda-feira. Eu detesto a rotulação dos dias, principalmente a que se refere à segunda-feira.
Eu detesto as relações econômicas e sociais existentes na segunda-feira. Eu detesto a seriedade da segunda-feira. Eu detesto o mundo paralelo que surge de uma segunda-feira. Eu detesto a infantilização corrente na segunda-feira. Eu detesto os achados e perdidos da segunda-feira. Eu detesto a retórica da segunda-feira. Eu detesto o negativismo obeso de uma segunda-feira. Eu detesto as histórias sobre ou oriundas de uma segunda-feira. Eu detesto o choro da segunda-feira. Eu detesto os olhos, o coração, o estômago de uma segunda-feira.
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