02/04/2016 - Descrença
Nunca mais tive seu cheiro em meu corpo, tampouco seu tempero na minha boca. Tão pouco tive mais nada de você. Nem notícias, nem suas divagações e falações fictícias. Continuo sólido, você oca. Nunca mais tive seus desarvoramentos, seu coração afoito em minhas mãos. Meus problemas, dilemas, teoremas já não a interessam mais. Fiquei, como sempre estive, sozinho procurando cegamente o meu caminho. Não sabe mais por onde ando. É indiferente se eu acerto ou desando. De uma hora para outra, deu o fora, partiu, sumiu, deu no pé. Até ontem era minha mulher, hoje já não sei o que é. Da fé à descrença num piscar de olhos. Minhas crenças, seus óleos.
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