22/01/2011 - Deixa a madame pra lá
Não, não meu senhor, não adianta discutir com a madame. A madame tem sempre razão até mesmo quando não é sim e sim é não. Não, não meu senhor, não adianta discutir com quem não dá o braço a torcer e não se importa de fazer sofrer. Não, não meu senhor, não reclame, não adianta discutir com a rainha do enxame.
A madame finge eu é feliz ou infeliz conforme lhe convém, esquece o que faz, o que pensa, o que diz. Ela varre sua sujeira pra debaixo do tapete. Bate, assopra e esconde o cacete. Madame dá vexame e jura que é lady, mas vive de band-aid em band-aid juntando cacos e fazendo pactos. Madame entende de máscaras e disfarces. Vai à igreja, de praxe, mas seu forte é a mandinga. Excomunga o santo, se vinga, amaldiçoa e põe quebranto.
Não, não meu senhor, não adianta discutir com a madame. Ela não tem eira nem beira, fala besteira, dá rasteira pra derrubar o senhor ou quem for no seu tatame. Não, meu senhor, a madame não dá trégua. Ela promete e foge à própria regra. Não, meu senhor, a madame não é de confiança, age pior que criança e acaba com qualquer esperança de mudança.
Não adianta discutir com quem no lugar do coração tem um rebanho de solidão guardado entorno de arame farpado. Não, meu senhor, não se engane, não adianta discutir com a madame.
Comentários
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