Daniel Campos

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15/02/2013 - De em de

De guerra em guerra, o mundo fica em paz. De seca em seca, a semente se guarda pra chuva. De casamento em casamento, faz-se a viúva. De tapa em tapa, o amor se refaz. De sufoco em sufoco, o alívio chega. De rotina em rotina, nasce um tempo louco. De palavra em palavra, ele a beija. De adeus em adeus, há o recomeço de tudo. De fantasia em fantasia, cresce um mundo paralelo. De espelho em espelho, o reflexo fica mais belo. De espada em espada, procura-se um escudo.

De cão em cão, acha-se um gato. De queijo em queijo, faz-se o rato. De vento em vento, trocam-se as estações. De sonho em sonho, encomenda-se um pesadelo. De rua em rua, um atropelo. De novelo em novelo, a velha tece uma cidade. De canções em canções, inverte-se a realidade. De reza em reza, um apelo. De distância em distância, um entrevero de saudade. De centavo em centavo, dá-se uma fortuna. De paixão em paixão, forja-se o sentimento escravo.


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