Crônica da mulher ideal
A mulher perfeita? A mulher ideal tem que acima de tudo se saber mulher. Explorar a sua essência feminina ao máximo, buscar sempre a magia da criatura ainda não descoberta. Ela não precisa saber passar, lavar, cozinhar. Ela não precisa saber falar tailandês, calcular velocidade relativa, ler o futuro nas cartas. A mulher dos sonhos tem que saber amar se conhecendo amada. Não existe modelo de mulher ideal. Ela acontece por acaso, num milagre da natureza, mas sempre com três virtudes: beleza, sensibilidade e inteligência. Coloque essas características na ordem em que desejar, mas também não as veja xiitamente.
A beleza é essencial. Não que a mulher perfeita precise ter corpo de manequim e rosto de atriz de novela. Refiro-me à beleza que se insinua, pouco a pouco, para ser descoberta bem devagarzinho. A beleza que nasce de uma fonte interior e se espalha pelos traços externos de forma continua. A beleza da mulher ideal deve ser dinâmica, nunca um quadro morto. Uma beleza que rima com encanto e se abriga na profundidade de um olhar.
A mulher ideal tem que compreender o ser amado. Deve ter a sensibilidade à flor da pele. Precisa ser feita de perdão e prazer. Ela tem que recolher todos os sentimentos em seu corpo e deixá-los aflorar com toda a naturalidade possível. Enquanto sofrimento, ela deve doar os lábios num longo sorriso. Na boca da mulher amada deve haver a obra-prima do sentimento.
As fúteis, eu peço encarecidas desculpas, mas inteligência é imprescindível. Não que a mulher ideal deva recitar Shakespeare, citar Marx e ver a vida na ótica de Freud. É fundamental que ela tenha uma personalidade nascida no conteúdo. Conteúdo, eis a carência da forma. Quem negará que um copo vazio tem personalidade forte? A mulher perfeita deve conhecer a vida em todos os seus ângulos e seduzir através de pensamentos.
Embora com virtudes, a mulher ideal é aquela que é uma virtude por si só. Ela tem que ter as mãos cheias de carinho, o abraço pronto e a espontaneidade do consolo. Não deve possuir várias faces, deve ser apenas ela em todas e quaisquer circunstâncias. Deve deixar marcas, físicas e emocionais, temporais e atemporais, invisíveis e impossíveis de não se ver. A mulher ideal deve saber viver, saber acontecer, saber amar, enfim, saber mulherizar-se de forma crônica e irreversível a cada novo dia.
Comentários
LINDA, VOU USÁ-LA COM OS MEUS ALUNOS.ABRAÇOS.
amei sua crônica e vou lê em um encontro com mulheres na minha igreja.não se preocupe vou citar o seu nome.
Olá Daniel, vou pegar emprestada sua crônica também. Traduziu bem a mulher. Parabéns.
Olá, Daniel! Adorei esta crônica, gostaria de publicar no face. Me dá autorização?
Muito Bom!
E o homem ideal deve saber reconhecer tudo isso na mulher ideal.
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