Daniel Campos

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17/04/2014 - Covarde?

Quem me chama de covarde não sabe nada da minha caminhada. Se covardia é amar até perder a noção das horas, até esquecer o que existe lá fora, até seu coração pedir pra ir embora eu não sei o que é coragem. A covardia não pari a poesia, não dá à luz aos sonhos que dou e nem jurou romper a eternidade em nome do que acredita e tampouco é bonita. Covarde algum arde o que ardo por dentro. Covarde algum aguenta tanto sentimento. Covarde é quem nunca vai se entregar de corpo, alma e espírito como eu; é quem jamais vai trocar sua vida por outra vida por mais proibida que seja; é quem não sabe a força que há na delicadeza do amor. Covardia não encara fantasia. Covardia não dá conta de ser grande amor todo dia. Covardia não suporta um destino de taquicardia. Covardes são compadres da superficialidade das emoções e eu me jogo profundamente no que há de mais profundo do amor de olhos feridos, cegados, furados pelas setas dos cupidos que corajosamente me sagram alado. No dia que um covarde voar na altura que voo em relação ao verbo amar eu entrego as minhas asas e lanço poema por poema às brasas.


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