Daniel Campos

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29/03/2015 - Conexão

Eu me entrego feito prego ao martelo. Eu me tenho e não me detenho. Eu me dou como marmelo à formiga. Eu amo, amo, amo e fujo de briga. Eu venho cada vez mais pra dentro do lenho. Eu passo e beijo e abraço e tudo se liga. Eu não veto eu conecto. Eu provoco colocando paixão de copo em copo. Eu vou de encontro ao ponto. Eu faço escuridão e clareio o não. Eu alinho o destino, sou menino, sou poeta, sou besouro, sou pirata, sou mar, sou tesouro, sou peixe, sou feixe, sou ave, sou bicicleta, sou nave, sou ingá... Eu dou de comer à boca com fome de sentimento. Eu sou palavra ao vento. Eu sou o que não some, o nome dito pela língua mais rouca. Eu me faço e me traço e me laço. Eu me amolo e me dou colo. Eu sou navio dentro da garrafa. Eu sou o cardume que escapa da tarrafa. Eu balanço a pitangueira, acampo de alma inteira e com meus sonhos acendo qualquer fogueira. Eu ensino a ler para que consigam me ver.


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