29/05/2016 - Como um velho
Como um velho faroleiro, condenado à solidão, sigo, noite após noite, iluminando a nau, que vai pelo mar escuro e tempestuoso, nau que não é mais minha, que talvez nunca foi minha, mas que eu sempre iluminei e guiei para seguir a salva.
Como um velho violeiro, com dedos calejados, ponteio, dia após dia, a minha viola caipira compondo a música onde te encontro, te vivo, te possuo, a música que nunca termino para não correr o risco de te perder, de nos silenciar.
Como um velho cavaleiro, que nunca teve medo de queda, cavalgo o mundo a fundo, sem me prender a nada nem a ninguém, com o único intuito de honrar quem jurei proteger, amar e cuidar com todo zelo mesmo que de longe.
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um primor
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