11/08/2011 - Claros Montes Claros
Claros Montes os olhos teus tão transparentes quão inocentes diante dos meus. Montes Claros de um azul além-tejo, de um sol sertanejo, de um coração lugarejo, de um beijo, de um lampejo, de um desejo... Claros Montes, ilhas sem mar, pedras de luas caídas ou fêmeas mastodontes erguidas ao fundo das ruas. Montes Claros dos cavaleiros, dos doceiros, dos cancioneiros de Minas. Minas das meninas dos Claros Montes, que apontam como seios perdidos no horizonte.
Montes Claros... Será que é lá naquelas corcovas que mora Nossa Senhora do Amparo ou Nosso Senhor das Trovas? Montes Claros dos faros dos capitães do mato que caçam pães de queijo, pães de goiabada, pães de Romeu, pães de Julieta... Montes Claros do suor escorrendo como chuvisco de sal pelos trens do seu corpo inconsciente. Sentimentos torrentes desaguando em seu corpo monteclarense feito cheia de São Francisco. Montes Claros, candelária das Gerais, que fica de namorisco com Januária.
Claros Montes, brutamonte que lhe pega pelos braços e lhe carrega para outros passos, para outras pontes. Claros Montes que espreitam as frontes, os lares, os amantes, os bares, os navegantes de suas esquinas. Claros Montes da poética matutina de seus mercados, de seus noivados, de seus tratados líricos. Claros Montes que bailam defronte aos movimentos de uma cidade que não se encerra aos pés da serra. Claros Montes que atalham estradas e alongam madrugadas prateadas.
Montes Claros... Claros Montes... Montes Claros Montes... Claros Montes Claros... Montes Montes... Claros Claros... Montes do escancaro... Montes caros... Montes raros...
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