21/04/2012 - Cinquenta e duas Brasílias
Já são cinquenta e duas Brasílias circulando pelo planalto central do país. Cinquenta e duas mulheres tão distintas quão complementares.
A Brasília musa de poetas e aventureiros como Juscelino Kubitschek. A Brasília que seduz almas políticas com todo seu sex appeal. A Brasília metrópole com tantos problemas e conflitos internos. A Brasília desenvolvimentista, ora saidinha ora tímida. A Brasília que se veste de estrelas. A Brasília que adora uma conversa de barzinho.
A Brasília que abusa das curvas perfeitas. A Brasília queimada de sol que adora um banho de chuva. A Brasília escandalosa sempre se alimentando de fofocas e denúncias. A Brasília perfumada pelas cores dos ipês. A Brasília que faz piquenique no parque. A Brasília que namora às margens do lago Paranoá. A Brasília revolucionária em estética e conteúdo.
A Brasília que insinua poder em seu jogo de olhares. A Brasília que caminha de salto alto e tailleur. A Brasília cujos cabelos se confundem com o horizonte. A Brasília que reflete nos prédios espelhados, nos espelhos d’água, nas auras das candangas... A Brasília sempre grávida outras cidades. A Brasília milionária e a Brasília miserável tão próximas uma da outra.
A Brasília que faz até santos como Dom Bosco sonhar com ela. A Brasília bucólica, de uma singeleza complexa. A Brasília que ferve a cada protesto. A Brasília que cruza os braços com a mesma facilidade com que cruza as pernas. As Brasílias intelecutal, poética e operária num mesmo plano piloto. A Brasília que mesmo nascendo de uma cruz abusa dos pecados capitais.
Brasília, cinquenta e duas mulheres em uma.
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