Daniel Campos

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05/08/2013 - Cidadela

Um tapete verde sem fim que se estende para depois de onde a vista alcança. Rios largos que se acham mar. Casinhas pequeninas distantes do corre-corre dos grandes centros. Pessoas que vivem da terra, para a terra e a terra. Braseiros que levantam um perfume de dar água na boca. Território que guarda o sangue e a honra de seus conquistadores. Cantorias do silêncio. O relógio trabalha como antigamente. Namoros provincianos pelas praças centenárias. Corações coloniais com toques modernistas.

Casas gentis, de portas e janelas abertas. Lua sem blecaute. Silhuetas arquitetônicas que parecem dançar na levada do vento pé-de-valsa. Ruas iluminadas de faróis que mais parecem estrelas. Jardins nostálgicos. As panelas são mexidas como se partes de um ritual. Saltos tão altos quão os prédios que não existem desfilam por ruas de pedra. Lendas de amor e de desejo passadas de boca em boca. Uma sensação de querer ficar junto para sempre toma de conta dos ares da cidadela.


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