15/12/2014 - Cheiro de café
O cheiro do café infesta todas as frestas da casa, do corpo, do tempo. As essências do café coado na hora vão impregnando no hoje, misturando-se ao ontem. A alma encorpada vai preenchendo o copo da vida. E tudo se encontra numa xícara de café. Sabores acumulados, guardados ao longo da existência, gostos que nunca nos deixaram, mergulhados no aroma do café. Um cheiro que enche o ambiente, que dá vida ao que muitos já julgavam esquecido, perdido, caído... O café e o prazer. O café e o querer. O café e o poder. O café de cada um definindo cada qual. Ralo, forte, doce, amargo, intenso... Quantas memórias seguem concentradas num gole de café? Café, encontro e reencontro de homem e mulher. Café, um cheiro de fé como vela a ser bebida. Um perfume propenso a ser bebido e vivido a partir da ruptura dos véus do tempo.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.