Daniel Campos

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30/12/2012 - Chega

Chega de doer uma dor que não vale à pena. Chega de perder o que achou e de achar que tudo está perdido. Chega de amar em vão. Chega de buscar o que não existe. Chega de se dar sem receber. Chega de semear sem colher. Chega de chorar pela falta de adeus. Chega de duelar com o tempo. Chega de trocar o não pelo sim. Chega de camuflar a verdade. Chega de dar as costas ao futuro. Chega de repetir promessas.

Chega de dizer “tudo bem”. Chega de sufocar sorrisos. Chega de dar pedigree pra vira-lata. Chega de confundir alhos com bugalhos. Chega de aparar sentimentos. Chega de cozinhar a rotina em banho-maria. Chega de “sinto muito”. Chega de tentar apagar os rastros. Chega de carregar fantasmas. Chega de fincar os pés no chão. Chega de remoer frustrações. Chega de se alimentar de falsas ilusões. Chega de meias canções.

Chega de colocar preço em tudo. Chega de virar o mundo pelo avesso. Chega de aparências. Chega de rodar sem destino. Chega de acumular tensão. Chega de fechar os olhos para o que está na sua frente. Chega de mudar da boca pra fora. Chega de vestir o número errado. Chega de clonar seus erros. Chega de duvidar do que já acredita. Chega de agourar a própria sorte. Chega de sumir deixando pistas.


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